Reportagem: Yahoo Notícias. Foto: Lula visita Renan Calheiros no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (Foto: Reprodução/Twitter)

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19, afirmou que telefonou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para dizer a ele que não acha prudente que eles se encontrem neste momento. Lula tem agenda nesta semana em Brasília, quando deve se encontrar com políticos e autoridades de partidos de esquerda, além de caciques do MDB.

“Liguei para o Lula e disse que não acho recomendável nos encontrarmos, assim como não acho recomendável um encontro meu com Bolsonaro. Sou o relator da CPI da Covid e preciso ser imparcial”, disse o senador ao jornal Folha de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro não procurou Calheiros diretamente, mas tem procurado se aproximar do parlamentar. Há duas semanas, ligou para o filho dele, o governador Renan Filho (Alagoas), e pediu que ele avisasse ao pai que tinha a intenção de procurá-lo.

Na última semana, visitou o ex-presidente Sarney, para pedir apoio no diálogo entre Calheiros e o Planalto.

Apesar de não considerar adequado um encontro com o mandatário, o relator da CPI afirmou que não recusará diálogo com interlocutores do Palácio do Planalto, exceto por um ministro: Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral).

“Qualquer um do Planalto que quiser me procurar, eu vou receber. O único que terei dificuldades será o Onyx, pois o acho inconfiável”, disse. “Onyx não é interlocutor. Força muito a minha natureza”, continuou Renan.

Na terça-feira (4), os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich serão ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.

Agenda de Lula em Brasília
O ex-presidente Lula viajará a Brasília nesta segunda (3) para encontros políticos e correligionários de Calheiros especulavam que os dois fossem se reunir.

Apesar de a assessoria do petista negar que a viagem tenha como objetivo tratar de assuntos eleitorais, Lula começa a se posicionar como o principal presidenciável da oposição para as eleições de 2022 contra o presidente Jair Bolsonaro.

Oficialmente, a primeira viagem do ex-presidente após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as condenações dele referentes à Lava Jato é para tratar da “situação do país”, como auxílio emergencial, vacinação e o “desmonte do estado”.

Entre os que devem se reunir com o petista estão os senadores Fabiano Cantarato (Rede-ES) e Weverton Rocha (PDT-MA), embaixadores e integrantes da cúpula do MDB, como o ex-presidente José Sarney, segundo apuração do UOL.

Lula ainda não confirmou a candidatura, mas também não nega. Em entrevistas e pronunciamentos, ele diz que é hora de discutir o país e seus problemas.