E/D: Luís felipe, Ariely e Antônio Deivson

Reportagem e fotos: Verusa Pinho

A OBA, da qual faz parte a MOBFOG, é realizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e tem por objetivo promover a educação científica, criatividade e inovação de forma lúdica e cooperativa, ao mobilizar desde estudantes e seus professores a planetários, observatórios e instituições voltadas às atividades aeroespaciais.

A prova do nível 4, destinada a discentes do ensino médio, ocorreu no mês de maio e abrangeu questões objetivas sobre assuntos como a Lei da Gravitação Universal, Magnetismo, Sistema Solar, Universo e Constelações, Corrida Espacial, Foguetes, Satélites e Sensoriamento Remoto.

Nesta edição, o Campus Jacobina conquistou uma medalha de prata e dois bronzes, através do desempenho dos jovens Luís Felipe Nascimento (prata), 3º ano de eletromecânica, que já foi medalhista da ONC, também com a prata, e da ONHB-A (cristal); Antônio Deivson Oliveira, 4º ano de informática; e Ariely Souza, 3º ano de mineração.

Olimpíada experimental, que consiste em construir e lançar foguetes, a partir de uma base de lançamento, o mais distante possível, a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) tem mobilizado os estudantes do Campus Jacobina do IFBA em torno da Astronomia, Astronáutica e ciências afins.

Nesta 18ª edição, o 1º lugar do campus ficou com o grupo da jovem Beatriz Valois, 3º ano de mineração, que alcançou 293 metros. Ao lado da estudante, estiveram a colega de turma Thalita Souza e Maria Clara Silva (2º ano de eletromecânica). Devido ao alto desempenho (acima dos 100 metros de distância), o trio conquistou medalha de ouro e garantiu vaga para o campus pela 2ª vez na Jornada de Foguetes, que ocorre em Barra do Piraí (RJ), entre os meses de agosto e dezembro.

“O trabalho em equipe me fez perceber o quanto podemos aprender juntos. Curso eletromecânica e pude aplicar um pouco do conhecimento técnico na construção da base usada para o lançamento do foguete. Ano passado realizei uma tentativa com outra equipe, mas não obtivemos um bom resultado. Estou alegre e grata pelo resultado deste ano”, comenta Maria Clara.

“Neste ano tivemos muitos diferenciais a nosso favor, devido à experiência adquirida, já sabíamos o melhor caminho a seguir, o que funcionava e o que não funcionava, além disso, começamos a preparação antecipadamente, obtendo tempo suficiente para testar, errar e acertar. Em 2023, apesar de bastante estudo, só tivemos noção do quão grande é a olimpíada e o tanto que poderíamos avançar depois de competir na Jornada de Foguetes, na qual vi na prática foguetes de todos os estados e troquei aprendizados com muitas pessoas incríveis”, explica Beatriz, que participou da Mostra no ano passado com outros colegas.

“Nosso objetivo principal era aumentar a metragem, ir além dos 100 m, mas, para isso, precisávamos elevar o nível da base e do foguete. Investimos em materiais de lojas virtuais e contamos com apoio de estabelecimentos locais, como borracharias. O alcance deste ano [quase 300 metros] representa todo o nosso esforço e aprendizado. Estamos ansiosas e com muitas expectativas para a Jornada. Agora vamos aperfeiçoar nosso foguete em busca de um novo recorde pessoal”, acrescenta a jovem.

Em 2023 a equipe de Beatriz alcançou 125 metros na MOBFOG, garantindo vaga na Jornada. Entre as 70 equipes de todo o Brasil que competiram na turma 4, o trio da estudante foi o único da Bahia a marcar presença no Rio de Janeiro, conquistando medalha de ouro, ao lançar foguete de garrafa PET, movido a vinagre e bicarbonato de sódio, por 178 metros horizontais.

“Participar da MOBFOG é uma experiência única: aquela sensação de nervosismo e ansiedade. Só quem participa sabe a alegria de ver seu foguete decolar. Estamos muito felizes e confiantes para esta segunda etapa”, conclui Thalita.

Para o docente Hytalo Costa, iniciativas como essa permitem que os estudantes apliquem na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula e testem suas habilidades e competências. “Obter bons resultados na OBA/MOBFOG pode abrir portas para oportunidades acadêmicas, como bolsas de iniciação científica, credencial para olimpíadas e outros internacionais, bem como para seguir carreira nas áreas de ciências, tecnologias e engenharias. Nossos estudantes estão muito empolgados para representar o IFBA nacionalmente no campo da astronomia e aeronáutica! Esse desempenho é um marco histórico e demonstra que estamos no caminho certo, investindo na formação de futuros cientistas. Nossa instituição agora faz parte da ‘elite’ da MOBFOG e isso é um testemunho do comprometimento da comunidade acadêmica para alcançar a excelência em educação e pesquisa. Nossa vitória na 42ª Jornada de Foguetes foi um lembrete de que a ciência é apaixonante e recompensadora. Ela nos permite explorar os limites do conhecimento humano e nos inspira a sonhar mais alto. Estou imensamente grato por ter tido a oportunidade de liderar esses jovens novamente!”, declara o docente.

Da E/D: Os irmãos Arthur e Beatriz, seguidos do prof. adjunto da UERJ João Batista Garcia Canalle, coordenador nacional da OBA/MOBFOG, prof. Hytalo e Deivison, durante premiação da 42ª Jornada de Foguetes.