O presidente do PCdoB baiano Geraldo Galindo concedeu entrevista ao site Política Livre quando na oportunidade falou sobre as pré-candidaturas postas dentro dos partidos que compõem a Federação, a exemplo de Jacobina, onde recentemente Mariana Oliveira saiu do PT por não ter a garantia de ser a candidata da junção partidária. Ao que tudo indica, Mariana deve ir para o PSB.
Confira o trecho em que Galindo fala sobre o critério para a escolha do pré-candidato dentro da Federação:
O senhor assumiu recentemente a presidência da federação PCdoB-PT-PV na Bahia no ano eleitoral. A tarefa de conciliar interesses dos três partidos é um desafio grande?
Sim. Assumi pouco tempo depois de ser indicado presidente do PCdoB da Bahia, em novembro de 2023, depois de ser vice do atual secretário estadual Davidson Magalhães (Trabalho, Emprego, Renda e Esporte) e de estar na Executiva há mais de 30 anos. Estou no PCdoB há 40 anos, então eu já tinha acumulado experiência suficiente para assumir a tarefa. Sobre a federação, existe um acordo, quando a federação foi montada, de que a presidência, a cada ano, seria ocupada por um dos três partidos. Então, no ano de 2023, o PT ocupou, com Éden Valadares, presidente do partido na Bahia. Em 2024 é a vez do PCdoB e depois será do PV. Isso em nível nacional e nos municípios também. Sobre as eleições, a federação estabeleceu o seguinte: nas cidades onde esses partidos estão organizados, a federação deve se reunir e tentar unificar as candidaturas (a prefeito). Caso não haja unificação, esse assunto será resolvido pela federação estadual, pelos presidentes dos três partidos. A gente pede que, antes disso, os debates sejam esgotados nos municípios, mas, se não houver entendimento, decidimos na estadual.
Esses são os casos de Jacobina e, principalmente, de Juazeiro, cidade onde os três partidos têm pré-candidatos?
É o caso de Juazeiro, que é emblemático nesse sentido. Ele vai exigir da federação, do conselho político do governo do Estado, um esforço grande. No momento não existe uma solução fácil para resolver a questão de Juazeiro, porque existe uma polêmica sobre a viabilidade jurídica do candidato do PT (o ex-prefeito Isaac Carvalho), tema que está pendente nas candidaturas do deputado estadual Zó (PCdoB) e do deputado estadual Roberto Carlos (PV). São três nomes fortes na cidade que compõem a federação, e a solução terá de ser encontrada em algum momento, mas não deve ser resolvida no curto prazo. Se não resolver lá, terá que ser resolvido aqui por nós e pelo conselho político. Há outros casos problemáticos em cidades menores, com três ou duas candidaturas da federação, mas o mais importante é Juazeiro. No caso de Jacobina, por exemplo, tem a candidatura do prefeito Thiago Dias, do PCdoB, e o PT tinha um nome (da dentista Mariana Oliveira, que deixou o partido recentemente). Mas o critério que o conselho político do governo do Estado estabeleceu é que candidatos a prefeito que apoiaram Jerônimo (em 2022) e que estão no atual mandato devem ser apoiados. É o candidato natural. E essa lógica tem que ser aplicada em todos os municípios, inclusive em Jacobina. Como presidente do PCdoB, digo que Tiago é um candidato natural à reeleição, e isso já acontece com dezenas e dezenas e talvez até centenas de prefeitos que apoiaram o Jerônimo. Então, ele é um candidato do PCdoB à reeleição, e vamos tentar convencer os demais partidos a apoiá-lo. É mais uma situação que vai exigir muito esforço do conselho político do Estado e da federação. Jacobina é a maior cidade que o PCdoB hoje administra, das 16 que temos prefeitos na Bahia. Então, no geral, a gente está à frente de prefeituras com população pequena. Por isso Jacobina é importante para nós. Agora, o nosso principal projeto eleitoral é Juazeiro.