Com informações de Caio Spechoto e Mariana Haubert/ Poder 360. Fotomontagem: Mais Política

Se sair do papel, a federação de partidos de esquerda deverá criar um dispositivo que privilegia as legendas integrantes que tiverem prefeitos nas cidades. Em 2024, o partido que comandar a prefeitura de determinado município indicaria o candidato da aliança para a sucessão. É o caso de Jacobina que tem como prefeito o comunista Tiago Dias, cuja eleição em 2020 enfrentou a petista Mariana Oliveira. Uma possível candidatura do PT não seria possível em 2024, pois a agremiação teria que seguir a decisão da federação partidária que está sendo estudada entre PT, PCdoB, PSB e PV, e forçaria o PT jacobinense a apoiar a reeleição de Tiago Dias.

Mariana Oliveira ensaia uma candidatura a Deputada Federal em 2022, e tem sido uma ferrenha crítica ao governo Tiago Dias.

Nas cidades em que nenhum dos partidos da aliança estiver no governo serão necessários acordos políticos, pelo teor atual das negociações. Nas chapas para o Legislativo é provável que os partidos integrantes possam lançar número de candidatos proporcional a seu tamanho dentro da federação.

A regra poderá causar uma redução em problemas políticos locais dentro da aliança em construção, mas seria uma solução localizada: PT, PSB, PC do B e PV elegeram juntos apenas 529 prefeitos em 2020. O Brasil tem 5.570 municípios.

Eis os números de prefeitos eleitos pelos partidos, segundo as estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral):

PSB – 255;

PT – 182;

PC DO B – 46;

PV – 46.

Além disso, as cidades mais importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador, são governadas por políticos de outros partidos. A possível federação precisaria encontrar acordos políticos para esses lugares também.

Como a federação valeria por apenas 4 anos, o acerto em construção não incluiria as eleições de 2026. Por isso não são discutidas regras de candidaturas a governador, por exemplo. As tratativas relativas a 2022 estão sendo caso a caso. O formato da federação foi debatido na 2ª feira (31.jan.2022) por dirigentes de PT, PSB, PC do B e PV, que negociam a aliança

Os dirigentes consultarão as comissões executivas de seus partidos sobre os acertos feitos até agora. Deverão se reunir novamente em 9 de fevereiro, depois das conversas com as cúpulas das legendas. O que está em discussão é o estatuto da aliança. Esse é um tema sensível porque uma federação vincula seus integrantes por 4 anos nacionalmente, sem a opção de atuação independente nos Estados.