Reportagem: Lara Pinheiro e Mariana Garcia, G1. Foto: Instituto Butantan
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quinta-feira (20) autorizar a aplicação da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, incluindo um veto ao uso em pessoas com baixa imunidade (entenda abaixo quem são os imunossuprimidos).
Veja, abaixo, seis pontos de destaque da decisão:
- CoronaVac está liberada para público entre 6 e 17 anos
- Não pode ser aplicada imunossuprimidos, que são pessoas com baixa imunidade
- Aplicação está liberada para público com comorbidades (doenças ou condições prévias que agravam a Covid-19)
- Imunização será em duas doses aplicadas em intervalo de 28 dias
- Vacina é a mesma usada em adultos, sem adaptação de versão pediátrica
- Anvisa não determinou quando começa a vacinação: distribuição de doses, cronograma e alteração de planos dependem dos estados e do Ministério da Saúde. Em SP, a aplicação com a CoronaVac já começou
A decisão unânime (todos os cinco diretores foram favoráveis) foi tomada na análise do segundo pedido apresentado pelo Instituto Butantan para liberação do imunizante contra a Covid-19 para crianças. O Butantan buscava licença para imunizar a faixa a partir de 3 anos, mas a agência optou por aguardar até que mais estudos sejam apresentados sobre crianças abaixo dos 6.
O primeiro pedido do Butantan foi enviado em julho de 2021 e foi negado porque os dados dos estudos apresentados naquele momento foram considerados insuficientes. A segunda solicitação foi protocolada em dezembro e, desde então, Anvisa e Butantan realizaram uma sequência de reuniões e mais de 10 estudos sobre o imunizante foram entregues para a agência.
A CoronaVac já é usada ou foi autorizada em crianças de diferentes faixas etárias em pelo menos seis países e em Hong Kong:
Camboja: começou a vacinar crianças a partir dos 5 anos em novembro
Chile: aprovada para crianças a partir dos 3 anos em setembro
China: já começou a aplicar a vacina em crianças a partir dos 3 anos
Colômbia: começou a aplicar a vacina em crianças de 3 a 11 anos em 31 de outubro
Equador: aprovada para crianças de 5 a 11 anos em outubro
Hong Kong: aprovada para crianças a partir dos 3 anos em novembro. A previsão era de que crianças a partir de 5 anos começassem a ser vacinadas nesta semana
Indonésia: começou a aplicar a vacina em crianças de 6 a 11 anos em dezembro; já vacinava adolescentes de 12 a 17 anos.
O grupo dos imunosuprimidos considera, por exemplo, pessoas com câncer, pessoas vivendo com HIV, transplantados e outros com o sistema imune fragilizado, o que deixa o paciente mais suscetíveis a infecções.
Na primeira etapa da vacinação, o Ministério da Saúde considerava entre os imunossuprimidos:
Pessoas transplantadas de órgão sólido ou de medula óssea;
Pessoas com HIV e CD4 <350 células/mm3; Pessoas com doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida;
Pessoas em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias;
Pessoas com neoplasias hematológicas, como leucemias, linfomas e síndromes mielodisplásicas;
Pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses.