Reportagem: A Tarde. Foto: Divulgação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorizou o início imediato dos testes em humanos dos ensaios clínicos do soro anti-Covid do Instituto Butantan. Segundo informações do Instituto divulgadas nesta segunda-feira, 18, a autorização foi concedida na última sexta-feira, 15. A Anvisa já havia autorizado protocolo clínico em maio deste ano, porém testes adicionais foram incluídos para avaliação do produto.
Diferentemente da vacina, o soro é uma forma de tratamento, não de prevenção. A medicação é intravenosa, ou seja, é inserida na veia em uma única aplicação.
O Hospital do Rim, localizado na capital paulista, será o primeiro a tratar pacientes com o produto e, em seguida, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo receberá o soro.
As fases 1 e 2 dos testes clínicos serão divididas em três etapas – A, B e C, para avaliar a segurança e a eficácia do soro anti-Covid, além de escalonar a dose. Os voluntários participantes são adultos com mais de 30 anos e diagnóstico de infecção por Covid-19 confirmado por PCR há, no máximo, cinco dias.
De acordo com o Butantan, na fase 1, o estudo vai envolver 30 pessoas transplantadas, pacientes do Hospital do Rim (etapa A); e 30 pacientes do Hospital das Clínicas, com câncer em órgãos como pulmão, intestino, pâncreas, entre outros (etapa B). Na fase 2, participarão 558 pessoas, entre transplantados e oncológicos, todos fazendo terapia imunossupressora (etapa C).
Ainda de acordo com a entidade, o soro já demonstrou em testes pré-clínicos que é seguro e efetivo em dois tipos de estudos animais.
Para obter o soro, o novo coronavírus foi isolado de um paciente brasileiro e, na sequência, cultivado, inativado, submetido a vários testes em camundongos e, por último, aplicado em cavalos. Os animais, após receberem o vírus inativado, produziram anticorpos. O plasma resultante foi coletado e processado nas instalações do Butantan, dando origem ao produto.