Com informações do Estadão Conteúdo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) informou que vai manter o fundo eleitoral no valor de R$ 4 bilhões destinada às campanhas dos partidos para 2022. O anúncio foi realizado nesta segunda-feira (26). O chefe do Planalto havia falado nos últimos dias que vetaria o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões.
Agora, Bolsonaro diz que vetará o “extra de R$ 2 bilhões” do valor estabelecido pelos parlamentares na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. O presidente alegou novamente que incorreria em crime de responsabilidade caso cortasse integralmente a verba.
“(Quero) deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante. A lei (prevê) quase R$4 bilhões. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei, eu estou em curso de crime de responsabilidade”, justificou aos apoiadores na manhã desta segunda (26), na saída do Palácio da Alvorada. Bolsonaro ainda não recebeu o texto da LDO. Assim que receber, terá 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo.
O presidente tem dito que o valor deve contemplar o reajuste inflacionário; na semana passada, afirmou que a correção significaria valor “na casa dos R$ 3 bilhões”. Cálculo realizado por técnicos do Congresso, porém, apontam que o fundo reajustado por esse modelo ficaria em torno de R$ 2,2 bilhões, bem abaixo do patamar citado agora por Bolsonaro. Nenhuma estimativa do Executivo, porém, foi formalizada até o momento.
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro também se queixou de críticas e admitiu a possibilidade de não chegar ao segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Pesquisas divulgadas recentemente têm revelado desgaste do governo perante o eleitorado e o crescimento das intenções de voto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Espero não apanhar do pessoal como sempre. Se o pessoal começar a bater muito vai escolher no segundo turno Lula ou Ciro”, disse, em tom de brincadeira.
O presidente também voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas e cobrou a implementação do voto impresso para o pleito do ano que vem. “Tá na cara que querem fraudar, de novo. Eleições democráticas são aquelas que você confirma o seu voto”, disse.
Bolsonaro voltou a declarar que vai apresentar, na próxima quinta-feira (29), em uma live, provas de que houve fraudes em eleições anteriores. De acordo com o presidente, essas provas teriam sido fornecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele disse que poderá transmitir a live direto do Ministério da Justiça.
“São três momentos que é inacreditável o que a gente vai mostrar com fotografias, de dados fornecidos pelo próprio TSE. Se bem que faltam mais dados ainda que não entregaram pra gente. Então logo a gente concluiu isso daí, que o trabalho não é fácil. Se bem que agora já da pra demonstrar claramente, até pela maneira como o ministro Barroso está se posicionando, está esquisito”, disse o presidente, voltando a criticar o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso.